sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Resenha [livro] - Pelo Ralo - Poesias que se Foram, de Ítalo Anderson

Bom dia, leitores!

Vocês devem ter notado que o blog diminuiu de ritmo. Há um motivo. Aliás, uns 15 mil, dentre trabalho no laboratório, trabalhos de escrita, revisão, militância social de inclusão, frustração, desmotivação, etc, etc. Mas, ok... vamos como o Garfield: "devagar e sempre"!

E hoje, trazemos a resenha de um livro de poesias que o autor fez questão de presentear o blog. Venham comigo conhecer as lindas estrofes existentes em Pelo Ralo - Poesias que se Foram, do autor Ítalo Anderson que está concorrendo ao Prêmio Jabuti 2017!

*Obra cedida pelo AUTOR no formato físico/impresso para resenha. As opiniões são exclusivamente nossas. Não houve nenhum tipo de intervenção em nossos comentários.*

Pelo Ralo - Poesias que se Foram
Autor: Ítalo Anderson
Editora: Scortecci
Gênero: poesias
Ano: 2016
50 p.


Sinopse:
Um livro de poemas, de histórias escondidas em seus versos, um livro de amor entre a escrita e a leitura, o autor e leitor, a vida e a alegria. Em tom jocoso, Ítalo Anderson convida-nos a um passeio por nós mesmos, para explorarmos nossos amores antigos e recentes, viagens, dúvidas, receios, o vir-a-ser. Metalinguisticamente, propõe a palavra à palavra, jogando, brincando, questionando, refletindo, atualizando conceitos. Jovem, de espírito livre e centrado, o autor repassa seu universo literário, artístico, como um espelho, a refletir o que pensa e sente. Tudo isso provoca no leitor sorrisos, vontade de ir e vir, ficar, amar e estar solitário. Dá uma coisa de ir com o livro Pelo Ralo passear por aí, caminhar numa bela tarde, curtir boa companhia e, sobretudo, boa leitura.



Eu não acho que escrever poesias seja simples. Não apenas o poeta tem de se expor, ou expor o que sente, mas tem de fazer de uma forma que produza ritmo. Pois é, musicalidade. E nem precisa ser uma poesia bem metrificada, pode ser no estilo mais moderno, livre.

Pelo Ralo é um compêndio de poesias modernas. O estilo é bem livre mesmo, poucas possuem rimas, não temos sonetos. Nada daquele classicismo poético que parece ser o estilo mais conhecido. Há liberdade aqui. Mas nunca desleixo!


A maioria das poesias é curta, chegando mesmo a terem poucas palavras. Mas seu significado é bem profundo e isso é muito legal. Sentir faz parte da vida, é vida.

"Se a vida fosse um texto, / você me amaria do cabeçalho / até o rodapé?"

Percebemos que o autor buscou jogar com as palavras, fazer o leitor se aprofundar em si mesmo. Compreender a natureza humana, divertir-se, alegrar-se, entristecer-se com ela.

Sobre a edição: como um bom livro de poesias, as letras tem tamanho perfeito, cada poesia inicia em sua própria página. As folhas são amareladas. O livro tem um tamanho menor do que o padrão, o que fez com que combinasse com o conteúdo.


A capa é perfeita e combina com o título. Descrição #pracegover: a capa é formada pela fotografia de água descendo em sentido anti-horário por um ralo. O ralo circular ocupa o centro da imagem. A foto foi esmaecida, de forma a ficar com tons de cinza a castanho. O título está em branco, na parte inferior da capa.

"Quando caio por mim / me vem um pensamento comum / não pertenço a esses braços / não pertenço a lugar nenhum."

No mais, posso dizer que gostei bastante da leitura. Apesar de ser um livro pequeno e curto, levei mais de um dia para ler porque é assim que gosto de apreciar as poesias, eu as deixo atravessarem minhas camadas e assentarem, reflito e leio outra.


Muitas poesias, algumas inteiras, outras só determinadas estrofes, combinaram com momentos em minha vida, de agora ou do passado. Algumas até combinaram com sonhos de um futuro.

"Se está morto / ou apenas dormindo? / Se está louco / ou intensamente sentindo? / Se sente / ou apenas fingindo?"

Adoro quanto essa conexão acontece! E especialmente por conta disso, o livro, o menor da minha estante, levou nota máxima!

É um dos melhores livros de poesias que já li, perdendo até para o outro livro do autor (já RESENHADO), viu?! XD



Sobre o AUTOR:

Ítalo Anderson é artista e autor de poesia. Natural de Fortaleza, mudou-se para São Paulo aos 19 anos. Em contato com as artes e poesia desde a infância, publicou, em 2014, o livro "Gaveta Aberta" pelo selo Futurarte de poesia contemporânea (RJ), lançado durante a Virada Cultural Paulista no interior do Estado. Em 2016, publicou "Pelo Ralo", pela editora paulistana Scortecci, com lançamento durante a 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Ao longo de sua trajetória, recebeu prêmios literários da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre (2014), durante o Sarau Nacional - em edição comemorativa dos 800 anos da Língua Portuguesa, Prêmio Fernando Pessoa de Honra ao Mérito (Literarte), outorgado junto a Fundação Cultural de Curitiba (2016). Em 2017, tomou posse do Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa, representando o Brasil como Acadêmico Correspondente Estrangeiro.




Espero que tenham apreciado tanto quanto eu.

Ítalo, boa sorte no Jabuti! Parabéns pelo livro!!

Quem curte poesia, ergue o bracinho! E corra atrás do seu! 

Boa leitura!

Até + ver!

Nuccia De Cicco é bióloga, Doutora em Bioquímica, escritora, poetisa, bailarina e blogueira. Carioca de paixão de Santa Teresa, é apaixonada por livros, seriados, tatuagens e lambidas caninas, além de ter uma queda saudável por cafajestes. Surda desde os 27 anos, é co-autora em nove antologias e publicou o livro “Pérolas da minha surdez”, uma obra sobre luta e força de vontade. Todas as suas facetas são mostradas no blog “As 1001 Nuccias”. Nele, a literatura impera!



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